Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transgêneros. GLBT. Uma comunidade de pessoas que há tempos na história vem lutando pra conquistar igualdade de direitos perante o restante da população.
A sexualidade é um tabu na sociedade por si só, quando se remete ao assunto homossexualidade é ainda pior. No Brasil, país predominantemente católico, não existem ou não são definidas leis federais que aprovem casamento gay, adoção por casais homossexuais e muito poucas que determinem sentença para a discriminação baseada em sexualidade.
Recentemente, a sociedade vem cada vez mais recebendo a comunidade GLBT, mas ainda há progressos a se fazer.
Mas política a parte, o mais complicado é o plano social.
Primeiro o que muitos deviam saber é que o próprio termo “opção sexual” está errado, não é uma opção, ninguém “escolhe” ser Gay. A pessoa se descobre homossexual, e só isso já é um baque sem precedentes na vida de qualquer pessoa.
Considerando que a sexualidade se manifesta na adolescência, uma época que já é turbulenta o bastante pra maioria de nós, se descobrir Gay nesse período pode complicar ainda mais a nossa vida.
É comum que o primeiro impulso seja negar. “Você não quer ser gay, você não pode ser gay, você não vai ser gay” são coisas que ficam se repetindo na sua cabeça. O primeiro passo é a aceitação pessoal, é você se aceitar antes de qualquer outra pessoa. Também é normal que primeiro você comece a pensar “Seria mais fácil se...”. Sim, ser hétero é mais fácil, a sua vida corre normalmente, você descobre sua sexualidade e não tem necessariamente que discutir isso com seus familiares e amigos, tudo está acontecendo como o esperado na sua vida.
Só que o inesperado também acontece.
Acalme-se, olhe no espelho, e diga em voz alta “Eu sou gay”
No dia em que você puder se olhar no espelho e se reconhecer como sendo diferente, você já vai ter andado meio caminho. (Vale lembrar também que “diferente” não é “anormal”, ser diferente é normal, mantenha isso em mente)
Só que depois você começa a pensar na parte mais difícil, naquele fantasma que assola todos nós em algum momento, o “armário”.
O “armário” é o conceito praquela pessoa que tenta desesperadamente esconder ou reprimir a própria sexualidade, tentando até mentir que goste de algo que talvez tenha nojo.
Mas isso é desgastante e fugindo da formalidade: VIVER NO ARMÁRIO NÃO DÁ GENTE, SINTO MUITO, VOCÊ PODE MENTIR, ESCONDER O TANTO QUE TU QUISER. MENTIRA TEM PERNA CURTA E UMA HORA A CASA CAI.
Primeiro, é importante saber em quem confiar. Geralmente, o que mais se recomenda é um melhor amigo(a) ou um familiar no qual confie muito. Se for um de seus pais melhor, mas se não estiver certo a cerca da reação que eles terão é melhor não arriscar. Muitos pais que dizem apoiar a causa GLBT apóiam sim, “mas na casa dos outros”, porque no momento em que a questão passa a fazer parte da vida deles, o cenário muda um pouco.
Então se assuma pra esse amigo primeiro, converse com ele e diga como se sente, sempre ajuda. Mas tem de ser uma pessoa da sua confiança! É muito importante ponderar na hora de decidir pra quem contar ou não. Isso já vai formar uma roda de amigos que vão estar lá pra proteger o teu segredo e preservar a sua identidade, ao menos por hora.
Contar aos Pais É SIM importante. Mas você tem de prepará-los e escolher muito bem o momento e a qual dos dois pais vai contar, comumente é mais recomendável que se conte a mãe primeiro, mas a situação nem sempre é essa. É necessário observar qual de seus pais tem a mente mais “aberta” e apresenta mais tranquilidade em relação ao assunto. Se você não sentir essa vibe de nenhum dos dois deixa quieto, é o meu melhor conselho. Outro problema que você talvez for enfrentar vai ser a questão de religião, essa é complicada. Se sua família for religiosa tente deixar claro que você não quer e não vai mudar, e desafie-os a mostrar na bíblia um trecho que especifique homossexualidade como pecado. Os trechos sobre Sodoma e Gomorra e os ditos “relacionamentos anormais que os homens adquiriram” não são especificados como homossexualidade em momento algum, esses trechos na verdade estão abertos a livre interpretação, e não significam necessariamente que homossexualidade é pecado perante a bíblia. Mas é provável que insistirão que você está errado ou coisa do tipo. Diga que não vai mudar e faça uma pergunta crítica: Quem eles amam mais, você ou um livro?
Outro argumento (totalmente sem fundamento aliás) que seus pais podem vir a usar é dizer que você só está passando por “uma fase”. Não tem essa. A sexualidade desperta na puberdade, ou seja, entre 11 e 15 anos em média. É uma fase de descobertas e é a fase onde a orientação sexual se manifesta, ás vezes até mais cedo, o que pode ser um choque para os pais. É necessário que os pais entendam que vão ter que engolir um pouco de sapo se quiserem ver seus filhos crescerem felizes em um ambiente familiar estável. Homossexualidade se torna problema a partir do momento que o adolescente homossexual se vê repreendido por familiares e amigos.
Outro fator crítico é o preconceito. Pode sim haver discriminação no ambiente escolar ou social em geral, mas é importante saber lidar como qualquer outro tipo de Bullying. Não hesite em recorrer as autoridades do ambiente escolar ou até mesmo as autoridades do local onde você reside.
A sociedade de hoje é sim muito mais receptiva a nós homossexuais/bissexuais/transgêneros mas ainda é importante que saibam que nem tudo são rosas, e o preconceito lá fora corre solto SIM. Mesmo depois de assumido, é recomendável que você evite se expor em excesso, e lembrem-se daquilo que você ainda vai ouvir muito da sua mãe: SEXO COM CAMISINHA, OU NADA DE SEXO.
Então é isso. Ser Gay é normal e você ainda pode ser feliz.No prox. Post uma ajuda pra quem quiser convencer os pais. Vai na fé e beijo aí.
Por : Rodrigo Borges
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